Festival Mulheridades apresenta o Lançamento do livro “O que Desejaram”, da alemã radicada no Brasil, Sarah Habersak

O Festival Mulheridades realiza mais uma ação de fomento e participação de mulheres na cena de diversos setores, e, novamente, dá ênfase ao literário.

Mulheridades é um eixo de promoção da igualdade de gênero e valorização da produção artística, intelectual, artesanal e empreendedora de mulheres. Com esse intuito, a Vice Prefeitura de Fortaleza promove o lançamento do livro da escritora Sarah Habersack, como forma de fortalecimento e fomento da escrita e leitura feminina regional, nacional e internacional.

 

O lançamento da obra ocorre na noite de terça-feira (21/03), a partir das 18h30, no Café da livraria Senac Aldeota, e conta com a mediação da colunista e, também, escritora, Juliana Diniz, com a apresentação do Vice Prefeito de Fortaleza, Élcio Batista.

O tema principal do livro é a possibilidade de pessoas e, especialmente, mulheres, se liberarem dos conflitos fundamentais internos causados pelas experiências pessoais e injustiças sociais. A obra explora se mudanças externas que parecem melhorar a vida tem um impacto positivo na nossa percepção e no sentimento de felicidade. A história contada no romance não busca oferecer respostas, mas compartilhar experiências íntimas e únicas de lidar com dores e medos profundos que, às vezes, excedem a capacidade humana de mudança.

 

“O que achamos quando buscamos resolver os nossos conflitos mais profundos? O que acontece se o que buscamos não dá certo? Como manter a nossa humanidade, nossa agência como mulheres e até ter momentos de risos e amor? No meu livro eu busco respostas a essas perguntas sabendo que nunca vou encontrar, mas ao caminho consegui contar histórias especiais de quatro mulheres de diferentes gerações e dois países que não poderiam ser mais diferentes”, destaca a autora.

 

O livro conta, ainda, com o projeto gráfico e ilustrações envolventes da importante artista austríaca Linda Steiner. Seu trabalho é íntimo e pessoal, pois ela usa suas próprias emoções, seu corpo e seu ambiente como inspiração. Suas distintas figuras femininas irradiam poder e auto-estima e incorporam, perfeitamente, o espírito inabalável da artista e sua paixão pela arte, igualdade e liberdade. Uma parte vital da cena artística jovem em Viena.

 

O que faz “O que Desejaram” se destacar?

Embora o assunto do livro seja emocionalmente sensível e pesado, o livro não é escrito de forma triste. Ele mantém um equilíbrio entre momentos engraçados e divertidos e passagens comoventes. Isso é evidente na escolha dos episódios, bem como na linguagem. O livro descreve situações únicas em contextos temporais e geográficos específicos, mas os sentimentos e pensamentos descritos são universais e oferecem a cada leitor a oportunidade de se identificar com eles. O livro foi escrito em paralelo pela autora em alemão e português. A autora é austríaca, mas vive e trabalha no Brasil. Assim, a linguagem do livro ganha influências de dois idiomas diferentes, bem como de contextos culturais.

 

A obra é sobre quatro mulheres, em diferentes países e gerações que tentam achar um caminho com pressões externas e contradições internas e encontrar maneiras de se libertar delas. Os conflitos de cada mulher são únicos, mas as emoções as unem. Cada vez que uma das três mulheres, vinculadas com a quarta por relacionamentos diferentes, consegue se libertar, se mata pouco tempo depois. A quarta mulher acompanha cada uma dessas histórias, e no final se depara com a decisão de como encontrar o próprio caminho com as pressões externas e contradições internas. O livro é dividido em 11 capítulos que seguem as diferentes mulheres. Está escrito na terceira pessoa e alterna, tanto entre as perspectivas das narradoras, quanto entre os períodos de tempo e os locais dos eventos. O livro começa com a morte de uma das quatro mulheres e termina com a quarta mulher enfrentando uma decisão sobre como criar seu caminho após testemunhar os suicídios das outras.

 

Primeiro parágrafo

Justo quando havia conseguido exatamente o que sempre quis, ela se matou. Essas foram as palavras que passaram pela mente de Clara no caminho para o funeral da sua melhor amiga. Ela não tinha estado presente quando aconteceu, como não tinha estado em inúmeros outros momentos da vida da amiga nos últimos anos. Clara estava sentada no trem regional que ligava a última grande cidade com a pequena aldeia onde aconteceria o funeral. Era o trem que a levava regularmente à casa dos seus avós no mesmo vilarejo de onde Nora provinha. Era a casa que tinha sido o cenário do início da amizade quando crianças. Era a única casa da aldeia à qual Nora gostava de voltar, depois da partida para Viena. Havia fugido para Viena ainda durante os anos de escola, em busca de um lar que nunca encontraria.

 

 

SOBRE SARAH HABERSAK

Sarah Habersack nasceu e cresceu em Viena. Viveu, explorou e trabalhou no México, na Índia e no Brasil, onde ela mora atualmente. Ela é cientista social, trabalha na cooperação internacional para o desenvolvimento e escreve literatura em alemão e português.

Diretora do programa Transformação Urbana da cooperação técnica Brasil-Alemanha da Deutsche Gesellschaft für Internationale  Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. Especialista em mudança organizacional, desenvolvimento urbano e transformação digital, com atuação na Índia, Europa e no Brasil.

 

SOBRE JULIANA DINIZ

Juliana Diniz é professora do curso de Direito da UFC e Doutora em Direito pela USP, além de escritora. Publicou, entre outras obras, o romance “Memória dos Ossos”.

 

Serviço:

Lançamento do Livro “O que Desejaram”, de Sarah Habersak, pela Opera Editoral

Data: 21/03 (terça-feira)

Horário: A partir das 18h30

Local: Café da livraria do Senac Aldeota

Av. Desembargador Moreira, 1301 – Aldeota

Valor do livro: R$50,00

Formas de pagamento: PIX ou espécie

Acesso aberto ao público

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