Com homenagens a Bete Jaguaribe e George Moura, 33º Cine Ceará estreia em noite especial no Cineteatro São Luiz

A abertura oficial do 33º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema aconteceu, neste sábado (25), em cerimônia no Cineteatro São Luiz. Além da exibição dos filmes “Ilha das Flores” (1989) e “A Mulher Selvagem” (2023), o evento homenageou dois personagens importantes para a história do cinema nacional. A gestora pública Bete Jaguaribe e o roteirista pernambucano George Moura ganharam o Troféu Eusélio Oliveira por suas carreiras. Outras três personalidades também vão receber a honraria ao longo da programação do festival.

 

Jornalista e doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Bete Jaguaribe recebeu o Troféu Eusélio OIiveira das mãos da cineasta Barbara Cariry e da produtora Ticiana Lima, ex-alunas da homenageada. Bete iniciou sua experiência em gestão pública nos anos de 1990, com larga experiência no campo cultural e ênfase no audiovisual e na formação em artes. Ela coordenou projetos como o Instituto Dragão do Mar de Artes e Indústria Audiovisual e o Bureau de Cinema e Vídeo do Ceará, primeira film comission do Brasil. Na gestão do Ministro Gilberto Gil, foi chefe-de-gabinete da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, período em que também ocupou a função de Secretária do Audiovisual Substituta. Atualmente, ela é diretora de Formação e Criação do Instituto Dragão do Mar (IDM) e da Escola Porto Iracema das Artes, e coordena o Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Unifor), onde também é professora nas áreas de história e estética do cinema.

 

Já Patrícia Pillar foi quem entregou a honraria para George Moura. Os dois trabalharam juntos na novela “Rei do Gado”, em que George fez assistência de direção, e nas séries “Amores Roubados”, “O Rebu” e “Onde Nascem Os Fortes”, escritas pelo roteirista pernambucano. Moura já ganhou diversos prêmios, entre eles o de melhor roteiro adaptado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2019 com “O Grande Circo Místico”,  Prêmio Abra de Roteiro de 2018 com “Redemoinho”, e já foi três vezes vencedor do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). O filme “O Grande Circo Místico” foi exibido como Hour Concours no Festival de Cannes em 2008. Ele também criou e escreveu o programa “Por Toda Minha Vida”, da Globo, e tem oito indicações ao Emmy Internacional. George Moura e Sergio Goldenberg são autores de “Guerreiros do Sol”, novela para o streaming Globoplay, que tem direção de Rogério Gomes (“Pantanal”) e estreia prevista para 2025.

Em seu discurso de abertura, o diretor do Cine Ceará e cineasta Wolney Oliveira descreveu esta edição do Festival com duas palavras: otimismo e crescimento. “Abrir o festival após a recriação do Mistério da Cultura é revigorante! Termos como Ministra a Excelentíssima Senhora Margareth Menezes, mulher negra, cantora e grande artista brasileira, nos garante que a Cultura no governo Lula é tratada como merece: um ativo importantíssimo para o Brasil. Em relação à edição passada, dobramos de tamanho. A programação do festival conta com mais de 80 filmes, com destaque para um crescimento da produção cearense que pela primeira vez exibirá 29 filmes dentre eles 12 longas-metragens made in Ceará. Cresceu também o número de mulheres que assinam a direção dos filmes em competição, chegando a 49%”, enumerou.

 

O curta-documentário de Jorge Furtado “Ilha das Flores” encerrou a mostra paralela “A Cinemateca é Brasileira”, que iniciou no dia 14 de novembro e contou com uma seleção de 19 filmes importantes para a história do cinema nacional. Já o filme cubano “A Mulher Selvagem”, que fez sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2023, abriu a mostra competitiva Ibero-americana de Longa-metragem, com a presença de Alán González e de Lola Amoras, diretor e atriz do longa, que inauguraram os debates do Festival na manhã deste domingo (26).

 

Na sequência, participaram de um bate-papo sobre “Nordeste, Cangaço, Cinema e TV” o roteirista George Moura e o diretor do Cine Ceará e cineasta Wolney Oliveira, com mediação do escritor e jornalista Carlos Marcelo. O encontro abordou o cinema e a sua relação com o Nordeste, principalmente o Sertão, tendo como ponto de partida os trabalhos idealizados por ambos. Wolney frisou que são mais de 60 longas produzidos apenas sobre o cangaço, o que mostra a relevância deste tema para a produção cinematográfica brasileira. A partir dessa perspectiva, George Moura trouxe causos e curiosidades sobre suas obras de sucesso, como as séries “Onde Nascem os Fortes” e “Amores Roubados”, esta última inspirada no folhetim “A Emparedada da Rua Nova”, de Carneiro Vilela, enquanto Wolney abordou o cenário nordestino em suas produções, apresentando ao público presente o processo criativo de alguns de seus filmes, como “Os Últimos Cangaceiros”, “Milagre em Juazeiro” e “Memórias da Chuva”, que terá exibição especial também neste domingo, a partir das 18h, no Cineteatro São Luiz.

 

Com mais de 80 filmes em exibição, o 33º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema acontecerá de 25 de novembro a 1º de dezembro em Fortaleza, no Ceará, ocupando três salas de cinema da cidade, uma a mais do que nas últimas edições. São elas a do Cineteatro São Luiz e as salas 1 e 2 do Cinema do Dragão. Com uma série de mostras competitivas, debates e exibições especiais, o festival tem acesso gratuito à toda a programação. Ailton Graça, Josafá Duarte e Verônica Guedes também serão homenageados com o Troféu Eusélio Oliveira.

 

SERVIÇO

33° Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema – De 25 de novembro a 1º de dezembro de 2023 em Fortaleza, Ceará. Site: www.cineceara.com. Instagram: @cineceara, Facebook: Festival Cine Ceará. E-mail: contatos@cineceara.com.

3 COMMENTS

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos relacionados