Manter-se ativo após os 40 anos é uma das melhores estratégias para garantir qualidade de vida, prevenir doenças crônicas e preservar a saúde mental. No entanto, o avanço da idade exige adaptações e cuidados específicos para atletas amadores e profissionais que desejam manter um bom desempenho esportivo e evitar lesões. A prática esportiva na maturidade deve considerar aspectos como perda de massa muscular, alterações hormonais, desgaste articular e tempo de recuperação prolongado.
O envelhecimento é um processo inerente à vida. No entanto, a maneira como ele se manifesta em cada indivíduo é moldada pelas escolhas feitas ao longo do tempo. Nesse contexto, a ciência do esporte oferece um vasto conhecimento sobre como preservar a saúde física e mental na fase madura da vida.
De acordo com o médico do esporte e especialista em lesões esportivas, Dr. Abaeté Neto, o primeiro passo para a longevidade saudável no esporte é reconhecer que o corpo muda, e a rotina de treinos precisa acompanhar essas transformações. “O atleta 40+ não pode treinar da mesma forma que treinava aos 20. É fundamental ajustar intensidade, volume e frequência dos treinos, além de investir em estratégias de recuperação e prevenção”, explica o médico.
Entre os principais cuidados recomendados estão o fortalecimento muscular com ênfase na musculatura estabilizadora, atenção à mobilidade articular, alongamentos regulares e avaliação médica periódica. Dr. Abaeté reforça ainda a importância de um acompanhamento multidisciplinar, que envolva médico do esporte, nutricionista, fisioterapeuta e educador físico. “Uma abordagem integrada é essencial para manter a performance e evitar sobrecargas. Além disso, a escuta ativa do corpo, dores persistentes, fadiga extrema e quedas de rendimento, é sinal de que algo precisa ser ajustado”, explica.
Outro ponto de atenção é a prevenção de lesões, que se tornam mais comuns com o envelhecimento, principalmente nos tendões, joelhos, coluna e ombros. Segundo o especialista, técnicas como fisioterapia preventiva, treinos funcionais e o uso de terapias complementares, como ondas de choque e magnetoterapia, podem ser grandes aliados. “São recursos que ajudam na regeneração tecidual e permitem que o atleta permaneça em atividade com mais segurança”.
A alimentação e a hidratação também ganham papel de destaque. A manutenção da massa magra, o controle da inflamação e a suplementação adequada, quando necessária, fazem parte do cuidado integral. “O atleta maduro precisa entender que o desempenho está diretamente ligado ao estilo de vida. Dormir bem, alimentar-se corretamente e respeitar os limites do corpo é tão importante quanto o treino em si”, destaca o médico.
Com planejamento, acompanhamento especializado e mudanças conscientes na rotina, é possível seguir evoluindo no esporte mesmo com o passar dos anos. Envelhecer com saúde e alto rendimento é, antes de tudo, uma questão de inteligência e adaptação.